Foodie Culture

Comer nunca foi apenas uma necessidade. Nessa edição exploramos como a comida pode conectar pessoas, impulsionar mercados, moldar estéticas e, por vezes, revelar uma nova face do luxo. Servidos?

Comida como identidade

Na rotina da Geração Z, comida e identidade se entrelaçam. Não é apenas sobre o que se come, mas sobre como isso se apresenta. Restaurantes, mais do que nunca, se relacionam com públicos cada vez mais nichados e, através do storytelling, criam atmosferas únicas.

Um exemplo notável é o Chest of Wonders - Maid Café, em São Paulo, que incorpora a cultura otaku e anime em sua experiência gastronômica no bairro da Liberdade. Inspirado nos tradicionais maid cafés japoneses, o Chest of Wonders oferece uma imersão no universo geek: as atendentes, vestidas como personagens de anime (maids), interagem com os clientes utilizando expressões e gestos típicos da cultura kawaii. Frases como “oishikunare, moe moe kyun!” são comuns, criando um ambiente lúdico e muito específico aos fãs desse segmento da cultura oriental.

Imagens via Amelie Magazine

O cardápio é composto por pratos e bebidas decorados de forma criativa, muitas vezes com desenhos feitos com molhos ou apresentações que remetem a personagens populares. Além disso, o local frequentemente realiza apresentações e eventos temáticos, tornando a visita uma experiência interativa e única.

A comida se tornou um crachá cultural

Nos últimos cinco anos, itens que antes viviam escondidos na despensa migraram para o feed e para a mesa de centro: azeites em squeeze colorido, águas “heavy metal” em lata, chás em garrafinhas de vidro “ready to drink”. Eles deixaram de ser commodities para funcionar como badges – marcadores visuais que comunicam pertencimento a um certo estilo de vida, tão potentes quanto a cor de um tênis ou a assinatura de um perfume. Esse é o fenômeno que o Food & Wine já chama de “pantry-staple status symbol”.